sábado, 12 de outubro de 2024

Praga no pequi *






É época de pequi em Goiás. A fruta é fonte de renda para muitos agricultores. Mas a presença de um parasita, que ataca as árvores, está pondo em risco parte da produção.
Alguns municípios goianos estão em plena safra, que vai de outubro a fevereiro. Cada pequizeiro produz entre três e seis mil frutos.
Todos os dias, o casal de lavradores sai em busca do fruto. O pequi só está bom quando cai no chão. Mas nesta época do ano, eles nunca voltam para casa de mãos vazias.
Além da culinária, a agricultora Augustinha Teixeira da Silva também utiliza o fruto de outras maneiras. “Eu faço sabão, galinhada, arroz com pequi. Minha mãe criou a gente assim”, contou.
O pequi também é garantia de renda pra muitas famílias. Gente como o catador de pequi Sinomar Pereira. Há dez anos, a região também era rica em esmeraldas e ele sobrevivia do garimpo. Com o fim da exploração, Sinomar descobriu na colheita do pequi uma forma de reforçar o orçamento familiar.
A vida útil desta árvore nativa do cerrado pode chegar a até 200 anos. Mas uma praga está ameaçando a produção dos pequizeiros do município de Crixas, que fica a 300 quilômetros de Goiânia. A praga é conhecida como erva de passarinho, uma espécie de parasita que se hospeda nos galhos através das fezes de aves e, aos poucos, vai matando o pequizeiro.
De acordo com análises de especialistas, oitenta por cento dos pequizeiros do município de Crixás, no médio norte goiano, estão condenados pela erva de passarinho. Os estudos revelam ainda que se não houver um controle, em menos de dez anos todos os pés de pequi da região deverão estar comprometidos.
Depois de atingido pela praga, o pequizeiro pode durar até quatro anos, mas a produção é reduzida. Este ano, a estimativa é colher até 150 mil toneladas de pequi no município. Mas se o mal não for cortado pela raiz, o tempo de fartura está com os dias contados.
A erradicação é feita quando a árvore estiver totalmente contaminada.


Data Edição: 04/11/08

Um comentário:

Anadete Maciel Santos disse...
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